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Acordos França-Brasil

Depois de nove meses da sua última visita oficial ao Brasil, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, volta ao País domingo e promete assinar acordos pendentes e também anunciar novos acordos, em setores como energia, infraestrutura e agroindústria, em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Iremos assinar novos contratos militares durante minha passagem pelo Brasil. Na última vez que estive lá no Brasil falamos de aviões, helicópteros, submarinos. Assinamos vários acordos e assinaremos outros. Propus ao Brasil que desenvolvamos juntos sua aviação militar, com transferência de tecnologia", disse Sarkozy durante um evento em Paris.

O presidente do banco BNP Paribas e também da Câmara de Comércio França Brasil (CCFB-SP), Louis Bazire afirmou que o país europeu investe cada vez mais na intensificação das relações comerciais com o Brasil.

"Os investimentos franceses no Brasil são 40% maiores que os da China, temos interesses em acordos de cooperação tecnológica em diversos setores. Há muito trabalho para desenvolver as relações comerciais entre os dois países, que não são unicamente ligadas a exportação e importação, compra e venda", aifrmou.

Além disso, o governo também utilizará o dinheiro para a construção de um estaleiro e de uma base para submarinos na Baía de Sepetiba no Rio de Janeiro.

Bazire afirmou ainda que os outros acordos devem acontecer nos setores de infraestrutura, agroindústria, logística e energia. "Outros acordos devem intensificar mais ainda as relações comerciais. Os setores que são muito frutíferos são infraestrutura, tudo o que está em torno do trem bala, perfuração e exploração do pré-sal e alimentação."

"Estamos de acordo sobre a necessidade de fortalecer os vínculos entre a França e o Brasil no que se refere à indústria da defesa e esperamos concluir acordos na visita do Sarkozy", declarou Lula.

Em dezembro de 2008 os dois presidentes assinaram protocolos de acordos para a aquisição de 50 helicópteros de transporte e cinco submarinos, sendo quatro de ataque da classe Scorpene e um de propulsão nuclear.

De acordo com o senadores César Borges (PR-BA) e João Vicente Claudino (PTB-PI), que relataram as propostas, o empréstimo deverá ser tomado junto a um consórcio de bancos internacionais - BNP Paribas, Société Générale, Calyon, Credit Industriel et Commercial, Natixis e Santander. Contudo, a maior parte dos recursos (4,3 bilhões de euros) , será destinada ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

Segundo informações, para a compra dos submarinos, o Senado autorizou a contratação de empréstimo no valor de R$ 11,65 bilhões.

Outro empréstimo no valor de R$ 4,75 bilhões também foi aprovado pela instituição federal. O destino deste montante é exclusivamente para a compra dos 50 helicópteros de médio porte para as Forças Armadas, sendo que a Aeronáutica receberá 18 unidades enquanto o Exército e a Marinha receberão 16 unidades cada.

Outra compra que está em processo de licitação é para o fornecimento de novas 36 aeronaves de combate, que totalizam US$ 4 bilhões, e que envolvem um acordo de transferência de tecnologia por parte dos fabricantes.

Na licitação competem o avião Rafale, da empresa francesa Dassault, o avião Gripen, da sueca Saab, e o F/A18 Super Hornet, da americana Boeing.

"A oferta do caça francês Rafale possui diversas vantagens, como a transferência de tecnologia, vantagem de preços e prazo para pagamento. O processo está andando, como estava previsto. O Rafale é um superavião", frisou o presidente da Câmara.

"Consideramos o programa de renovação da frota uma oportunidade para o desenvolvimento de um programa tecnológico de longo prazo, com parceria estratégica de larga escala e cooperação industrial entre Brasil e França", relatou o diretor da Dassault no Brasil, Jean-Marc Merialdo.

"Um país do tamanho do Brasil não pode comprar um produto de outro país se esse país não passar a tecnologia. Eu, sinceramente não posso dizer qual é o meu favorito", ressaltou Lula. Ao acrescentar: "Nós sabemos que os franceses são o único país que está disposto a discutir conosco a transferência de tecnologia".

O presidente Lula enfatizou ainda que a França se mostrou como o país mais flexível na questão, e obviamente essa é uma vantagem comparativa excepcional.

Ele concluiu ao declarar que deve conversar com o presidente francês depois de uma reunião com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Força Aérea, Juniti Saito.